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Bagaço de azeitona ganha nova vida: mudança histórica transforma subproduto em oportunidade de negócio

Ministra do Ambiente anuncia reclassificação que abre caminho à economia circular nos olivais portugueses

Lagar de Azeite

Uma decisão que promete revolucionar o aproveitamento dos recursos olivícolas em Portugal: o bagaço de azeitona passa a ser oficialmente reconhecido como recurso, deixando para trás a antiga classificação de resíduo. O anúncio foi feito pela ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, durante as comemorações dos 50 anos da Confederação dos Agricultores de Portugal, no final de novembro em Lisboa [2].


Para os olivicultores portugueses, esta alteração representa uma verdadeira mudança de paradigma. O que antes era visto como um problema de gestão e eliminação, transforma-se agora numa fonte potencial de rendimento e inovação [2].


Olivicultores celebram abertura de novas oportunidades


A reação do setor foi imediata e entusiasta. A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) não escondeu a satisfação, sublinhando que esta reclassificação era há muito aguardada pelos produtores [1]. O bagaço que não tenha sido submetido a tratamentos químicos poderá agora ser utilizado livremente para compostagem e outras aplicações, sem as restrições anteriormente impostas pela sua classificação como resíduo [2].


Apesar do otimismo, a CAP alerta que será necessário aguardar pela regulamentação específica que deverá acompanhar esta medida, expressando confiança de que o processo legislativo avance sem demoras excessivas [2].


A organização destaca que estamos perante uma medida com benefícios múltiplos: do ponto de vista económico, abre espaço para novos modelos de negócio; socialmente, estimula a criação de emprego e o desenvolvimento de soluções inovadoras; ambientalmente, reforça os princípios da economia circular ao transformar o que seria descartado em matéria-prima útil [2;3].


Do lagar ao campo: o ciclo que se fecha com o aproveitamento do bagaço


Esta reclassificação vem ao encontro de uma realidade já praticada por alguns produtores mais inovadores nas regiões de Trás-os-Montes e Alto Douro. Muitos olivicultores experimentam há anos diferentes formas de valorizar este subproduto que representa cerca de 80% do peso da azeitona processada [2].


As possibilidades são vastas e promissoras. Para além da compostagem e produção de fertilizantes orgânicos, o bagaço pode ser transformado em biomassa para energia, servir de base para extração de compostos com propriedades antioxidantes procurados pela indústria cosmética e farmacêutica, ou ainda alimentar processos industriais sustentáveis [3].


No contexto do projeto Azeite a Norte, que trabalha a valorização integral da cultura olivícola destas regiões, esta decisão governamental surge como um reforço importante. 


Demonstra que a olivicultura portuguesa está alinhada com as tendências europeias de sustentabilidade, ao mesmo tempo que cria condições para que os produtores melhorem a sua rentabilidade através do aproveitamento inteligente de todos os recursos disponíveis.


Esta é mais uma prova de que o setor olivícola nacional continua em transformação, procurando conjugar tradição com inovação, sempre com o olhar posto num futuro mais sustentável e economicamente viável.


Fontes:






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