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Sítios UNESCO no Olivoturismo: Paisagem, Cultura, Agricultura e Sustentabilidade

Atualizado: 4 de jul.


Careto de Podence

A região de Trás-os-Montes e Alto Douro é um mosaico de paisagens, tradições e património, onde a cultura da oliveira e do azeite se entrelaça com alguns dos mais notáveis sítios reconhecidos pela UNESCO. É mesmo, na região norte, o espaço com maior número destes sítios.

O projeto Azeite a Norte, ao promover o olivoturismo, tem uma oportunidade única de valorizar e integrar estes patrimónios, oferecendo experiências autênticas e sustentáveis que celebram a identidade local.



Os Sítios UNESCO em Trás-os-Montes e Alto Douro


A região conta com quatro sítios UNESCO de enorme relevância, que representam diferentes dimensões do património mundial, natural, cultural e imaterial:

  • Alto Douro Vinhateiro: Património Mundial desde 2001, esta paisagem cultural reflete a relação ancestral entre o homem e o vale do Douro, marcada pela viticultura, mas também pela presença de olivais tradicionais em socalcos, que partilham o protagonismo na modelação do território 1.

  • Parque Arqueológico do Vale do Côa: Reconhecido pela UNESCO pelo seu impressionante conjunto de arte rupestre paleolítica ao ar livre, é um testemunho da ocupação humana milenar e da ligação profunda entre as comunidades e a paisagem.

  • Reserva da Biosfera Transfronteiriça Meseta Ibérica: A maior da Europa, abrange parques naturais emblemáticos como Montesinho, Douro Internacional e Vale do Tua, e integra 89 municípios, 12 deles portugueses. Aqui, a presença humana milenar, a biodiversidade e a agricultura tradicional – incluindo o olival de sequeiro – são elementos centrais de um modelo de desenvolvimento sustentável 2.

  • Caretos de Podence: Património Imaterial da Humanidade, esta tradição carnavalesca é símbolo vivo da cultura transmontana, com raízes profundas na ruralidade e nos ciclos agrícolas, incluindo as práticas ligadas à oliveira3.

  • Geopark Terras de Cavaleiros: Reconhecido como Geoparque Mundial da UNESCO, abrange todo o concelho de Macedo de Cavaleiros e valoriza o património geológico, a biodiversidade, a gastronomia e as tradições, onde o azeite e a oliveira são elementos identitários 4.


A Paisagem e a Agricultura: O Olival como Património Vivo



Vinhas e Oliveiras

A paisagem de Trás-os-Montes e Alto Douro é marcada por uma extraordinária diversidade agroecológica. O olival tradicional de sequeiro predomina, muitas vezes em pequenas parcelas, integrando-se em mosaicos de vinha, amendoal e floresta mediterrânica. Esta agricultura resiliente, adaptada a solos pobres e clima agreste, é responsável pela manutenção de ecossistemas valiosos, pela prevenção da erosão e pela preservação de saberes ancestrais 5 6.

O azeite de Trás-os-Montes é fruto desta relação íntima entre cultura, território e biodiversidade. A oliveira, árvore emblemática do Mediterrâneo, está presente em todas as dimensões da vida rural: na gastronomia, nos rituais, nas festividades e na economia local. A sua integração nos roteiros turísticos permite ao visitante compreender o valor do trabalho agrícola, a riqueza das variedades autóctones e a importância da sustentabilidade.



Olivoturismo: Experiências Integradas com o Património UNESCO


O olivoturismo, promovido pelo projeto Azeite a Norte, pode e deve ser um fio condutor entre estes diferentes patrimónios, criando experiências que cruzam natureza, cultura e gastronomia:

  • Visitas a olivais e lagares integrados em paisagens UNESCO, onde é possível observar as práticas tradicionais de cultivo, participar na apanha da azeitona e conhecer os processos de produção do azeite.

  • Percursos interpretativos que ligam geossítios do Geopark Terras de Cavaleiros a aldeias históricas, festividades como os Caretos de Podence e provas de azeite, valorizando a autenticidade e a diversidade local 4.

  • Atividades de educação ambiental e rural nas Reservas da Biosfera, promovendo a conservação da natureza, a valorização dos produtos locais e o envolvimento das comunidades2.

  • Roteiros culturais que unem o património arqueológico do Vale do Côa, as tradições imateriais e a gastronomia, mostrando como a oliveira e o azeite fazem parte da identidade regional.



A integração da paisagem e da agricultura da oliveira


1. Paisagem Olivícola como Património Vivo

  • O olival tradicional é um elemento fundamental do mosaico agrícola da região, coexistindo com vinhas, amendoais e outros cultivos mediterrânicos, e contribuindo para a diversidade e riqueza da paisagem classificada pela UNESCO.

  • Os olivais de sequeiro, muitas vezes dispostos em socalcos e delimitados por muros de pedra seca, são testemunhos vivos de práticas agrícolas ancestrais. Estes muros não só sustentam o terreno e previnem a erosão, como também criam veredas e divisórias que hoje servem de trilhos pedestres, promovendo o usufruto turístico e a valorização do território.

  • A oliveira, árvore de copa larga e folha perene, marca visualmente o território, conferindo-lhe uma identidade mediterrânica e uma ligação profunda à história rural da região.

2. Integração Cultural e Económica

  • A cultura da oliveira está intrinsecamente ligada à identidade local: faz parte dos rituais, festividades e da gastronomia, sendo o azeite um produto de excelência, com Denominação de Origem Protegida, resultado de séculos de saber-fazer transmitidos entre gerações.

  • O olival tradicional, além de azeite, contribui para a produção de outros produtos locais, como queijo e carne de borrego, integrando uma lógica de policultura que reforça a sustentabilidade económica e social das comunidades rurais.

3. Paisagem Cultural e Multifuncionalidade

  • O Alto Douro Vinhateiro, Património Mundial da UNESCO, é exemplo de uma paisagem cultural evolutiva, onde a ação humana, ao longo de séculos, modelou encostas íngremes e solos pobres em mosaicos produtivos. A oliveira, a par da vinha, foi fundamental para a fixação das populações e para a criação de um ecossistema de valor único.

  • A multifuncionalidade da paisagem — com vinhas, olivais, pomares, hortas e floresta — é uma herança da policultura tradicional, hoje ameaçada pela tendência para a monocultura, mas essencial para a preservação da biodiversidade e da autenticidade do território.

4. Património Vernacular e Arquitetura Rural

  • Elementos como muros de pedra seca, lagares tradicionais, casas agrícolas e sistemas de rega são parte integrante do património vernacular, expressando a relação entre as comunidades e o território, e enriquecendo a experiência turística e educativa dos visitantes.

5. Narrativa Sustentável e Turística

  • O olivoturismo, ao valorizar estes elementos — paisagem, cultura, práticas agrícolas e património construído —, contribui para a salvaguarda do património UNESCO e para a afirmação da região como destino sustentável, autêntico e multifacetado.



Olival em Trás-os-Montes

Turismo Sustentável: Compromisso e Futuro


A integração destes sítios UNESCO nas atividades do Azeite a Norte está alinhada com os objetivos do turismo sustentável promovidos pelo Turismo Porto e Norte. O desenvolvimento do olivoturismo deve assentar em práticas responsáveis, que respeitem o ambiente, valorizem as comunidades e promovam a autenticidade:

  • Promoção de boas práticas agrícolas, com respeito pela biodiversidade e pelos recursos naturais 15.

  • Valorização das tradições e do saber-fazer local, garantindo a transmissão de conhecimento entre gerações 6.

  • Criação de parcerias entre produtores, entidades gestoras dos sítios UNESCO e operadores turísticos, para uma oferta integrada e diferenciada.

  • Sensibilização para a importância da conservação do património, envolvendo turistas e residentes na defesa dos valores naturais e culturais.



Conclusão


Trás-os-Montes e Alto Douro é uma região onde o azeite, a oliveira e o património UNESCO se cruzam numa paisagem de excecional beleza e autenticidade. O projeto Azeite a Norte tem a missão de valorizar esta riqueza, promovendo experiências de olivoturismo que integram natureza, cultura e sustentabilidade. Ao fazê-lo, contribui para afirmar a região como destino de excelência, onde cada visitante é convidado a descobrir, saborear e preservar as verdadeiras pérolas de azeite do Norte de Portugal.



Fontes:

  1. https://unescoportugal.mne.gov.pt/pt/temas/proteger-o-nosso-patrimonio-e-promover-a-criatividade/patrimonio-mundial-em-portugal/alto-douro-vinhateiro

  2. https://meseta-iberica.reservasdabiosfera.pt

  3. https://www.aldeiasdeportugal.pt/caretos-de-podence-ja-sao-patrimonio-imaterial-da-humanidade/

  4. https://www.visitportugal.com/pt-pt/content/geopark-terras-de-cavaleiros

  5. https://www.agroportal.pt/olival-tradicional-de-tras-os-montes-e-alto-douro-um-futuro-a-preservar-francisco-pavao/

  6. https://www.ine.pt/ngt_server/attachfileu.jsp?look_parentBoui=106757&att_display=n&att_download=y

  7. https://www.terrasdetrasosmontes.pt/ver-e-fazer/cultura-e-atracoes/patrimonios-mundiais

  8. https://www.azeiteanorte.pt/oliveira

  9. https://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/4924.pdf

  10. https://onortelaemcima.pt/patrimonio-unesco

  11. https://whc.unesco.org/en/list/1046/

  12. https://cruzeirosnodouro.pt/pt/artigo/douro-patrimonio-da-humanidade

  13. https://www.arquitetura360.pt/index.php?p=cms&pid=94&gid=30

  14. https://www.terrasdetrasosmontes.pt/ver-e-fazer/cultura-e-atracoes/parques-naturais

  15. https://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/9585.pdf

  16. https://www.ccdr-n.pt/storage/app/media/uploaded-files/adv-2013avaliacao-do-estado-de-conservacao-do-bemrelatorio-avaliacao-vol1.pdf

  17. https://marianos.pt/wp-content/uploads/2023/11/2018-Patrimonio-Natural.pdf

  18. https://www.citab.utad.pt/projects/285/show

  19. https://novaresearch.unl.pt/files/27713129/Itinera_rios_litera_rio_culturais_pela_paisagem_do_Alto_Douro_Vinhateiro.pdf


(Com ajuda na pesquisa do Perplexity AI)

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